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O Martelo das Feiticeiras - Parte 3 de 5


Foram poucos momentos de convivência com minha avó materna, (imigrante espanhola), porém muito simbólica e marcante. Eu tinha por volta dos 9 a 10 anos; qdo chegava em sua casa (sempre perfumada pelos aromas dos temperos e das ervas), ela macerava um tanto de uma erva chamada “losna”( ela é da família das Artemísias – Artemísia Absintium ) num objeto feito de metal amarelado, que se assemelhava a um sino pequeno; num copo de vidro, ela misturava a erva macerada com água, e acrescentava uma pedra de carvão, acesa (do fogão á lenha, onde ela cozinhava), e me dizia em espanhol:-“Beba filha, vai limpar seus intestinos e vai ser bom pra vc ficar forte”.





Eu não entendia o motivo dela me dizer aquilo, porque todas as vezes que eu bebia aquele preparo, eu vomitava muito; e pra quem não conhece esta erva é amarga demais; mas contém muitos atributos profiláticos e curativos. No entanto, se fazia necessário ter profundos conhecimentos dos poderes curativos e dosagem das ervas, pois tinham também efeitos colaterais, como por exemplo, provocar vômitos. 

Hoje eu compreendo e conhecendo (um pouquinho) o poder de cura das ervas, agradeço a ela, de todo meu coração, ter “me obrigado”, carinhosamente (rsrs) a fazer aquele tratamento. Mas o que será que tem a ver o livro com minha avó? Tem tudo!! Não foi sem motivos que ontem, já tarde da noite, no dia das Bruxas eu intui de pegar o livro.

Um dos motivos principais das mulheres terem sido perseguidas, torturadas e denominadas “bruxas”, no período da inquisição, foi porque elas eram profundas conhecedoras das propriedades curativas das ervas; e também porque todas eram doulas, parteiras. Eram conhecimentos necessários pra sobrevivência, e que eram ensinados de mulher para mulher e numa época quando não havia alopatia, nem outros recursos. Se houveram outros recursos, o povo de maneira geral, não teve acesso.

Continua...

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